Tuesday 2 April 2013

Vigilância na Era Virtual: Parte 2

E ai galera, tudo bom com vocês? espero que sim. Aqui vai mais uma publicação sobre o tema iniciado sobre vigilância. Espero que gostem e me perdoem se ficou um pouco extenso, mas devido a natureza social do tema, senti que precisava me prolongar.


Na minha primeira publicação sobre o tema, discorri sobre a importância de selecionarmos o que publicamos em nossas redes sociais a fim de evitar roubo de informações pessoais. A segurança pessoal estava em voga na minha publicação anterior, onde segui a risca a definição do dicionário para o termo vigiar e seu derivante vigilância.

Agora, nesta segunda e ultima parte em que discuto o tema vigilância, vou focar na definição acadêmica para o termo que mencionei e que agora passo a repetir. David Lyon, um escritor de material acadêmico, diz que vigilância se trate de “Assistir e registrar a atividade de outros como meio de monitoramento e supervisão dos mesmos” (Lyon, 2002). Ou ainda, “Foco e atenção sistemática a informações pessoais com o proposito de influenciar, gerenciar, tomar conta, controlar e regulação” (Lyon, 2002: p.1-5).

Embora possa parecer semelhante a definição dada no mini dicionário Aurélio, que diz que fiscalizar significa “1.Vigiar examinando. 2. Sindicar (os atos de outrem). Int. 3. Exercer o oficio de fiscal.” A definição acadêmica que me proponho a comentar significa muito mais do que uma simples fiscalização, se trata de monitoramento, constante vigilância que passa a se tornar algo sistemático e meticuloso, igualmente a um dessecamento físico de um animal ou ser humano. Isto vai além das redes sociais, algo em que estamos sujeitos todos os dias em qualquer lugar.

Em Londres, no Reino Unido, existe um sistema de monitoramento por câmeras que funciona 24 horas por dia, 7 dias na semana. Este sistema e bem conhecido por lá como Closed Circuit Television (CCTV) ou Circuito Fechado de TV em bom português. De acordo com informações oficiais, existem em torno de uma câmera para cada 14 pessoas. Cada passo ou ação que fazemos na ruas é vigiada por uma central que comporta as câmeras juntas de todos as possíveis localidades dentro do território londrino.

Aplicando isto no território virtual, vemos que a situação é bem similar quando compartilhamos informações importante para outros sem ao menos nos darmos conta disso. Um exemplo claro são os sites de órgãos públicos, onde deixamos dados como numero do RG, CPF, data de nascimento, etc. Da mesma forma quando inserimos informações pessoais em sites de relacionamento, de encontros, quando autorizamos o uso de informações pessoais para acessarmos algum conteúdo, quando autorizamos um contrato online que vá nos dar acesso a um portal especifico. Neste sentido, ha um sistema de monitoramento criado pelo Facebook que permite a eles o uso de informações pessoais de cada individuo quando para acessar jogos ou ate mesmo aplicativos, quando permitimos a disseminação ou uso de dados pessoais nossos, mesmo que sejam aqueles mais básicos.

Puxando a sardinha um pouco pro meu lado, vemos isto ate na publicidade online. A coisa se desenvolveu tanto neste sentido da vigilância que hoje em dia, ja ha algum tempo, publicitários especializados usam as palavras chave pesquisadas por alguém para preencher sua tela de propagandas indesejáveis, os famosos pop up (o que ao meu ver é irritante e desnecessário). Ou ainda, ha aqueles sistemas mais avançados que varrem sua rede a busca de algo que possa servir para o beneficio futuro das próprias entidades ou empresas. Um exemplo disto esta nas universidades, que usam o sistema de dados que registra as notas dos alunos para sua própria publicidade em futuros anos, afim de atrair novos alunos.

Paralelamente, voltando ao mundo real, pensamos nos arquivos médicos de hospitais e clinicas por onde passamos, das delegacias e ate informações armazenadas no cartão de credito, cheques, cartões fidelidade que fazemos com lojas e etc. Recentemente soube ate que temos de ter cuidado ate com os cartões-chave de hotéis onde nos hospedamos em qualquer lugar do mundo. Eles carregam dados muito importantes de cada um de nos, que não devemos sair disseminando por ai. Quando fazemos o check out nos tais hotéis, eles jogam as tais “chaves” numa gaveta depois que vamos embora e nossos dados ficam ale ate os cartões serem utilizados por outro hospede, e mesmo assim nossas informações permanecem no sistema do hotel. Ou seja, não estamos livres desta eterna vigilância em nenhum lugar.

Para concluir, quero enfatizar que obviamente este tema é muito extenso e abrange uma serie de outras coisas que para não me prolongar muito não mencionei nesta publicação mas que são igualmente importantes. De qualquer forma, meu objetivo não é e nunca foi alarmar ninguém a respeito desta “falta de segurança” que temos por ai. O quero deixar claro aqui é que pra tudo existe o lado negativo e o positivo, portanto apenas apresento os fatos como são, para julgamento de cada um. Por isso, quando coloquei “falta de segurança” entre aspas foi para dizer que também ha um lado positivo nisto, de onde as empresas ou instituições que mencionei tiram o proveito. Enfim, disto tudo temos apenas que pensar: o que estou fazendo com meus dados pessoais? Para quem e por que repasso isso? Preciso faze-lo para este fim ou não? Nos tornarmos conscientes de nossos atos então se torna bem ais importante do que qualquer outra coisa. 

Bom, por hoje chega, já falei muito, ou melhor, escrevi muito. Não deixem de comentar, abraços e ate mais!

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